Mobilização nas ruas do centro do Recife, evento puxado pela CUT (Direção Estadual) e por outras centrais sindicais que estiveram junto conosco
O ponteiro do relógio apontava às 11h, quando uma fina chuva acompanhou o início da passeata que seguiu o trajeto de parada em três pontos de referência: Câmara Municipal do Recife, no Parque 13 de Maio; Palácio da Justiça de Pernambuco, na Praça da República; e o Pátio de Nossa Senhora do Carmo. Todos os locais na área central da cidade.
Durante o percurso, um momento expressivo marcou pela irreverência na lavagem simbólica das escadarias do edifício-sede do Poder Judiciário do Estado. Com muita água e sabão, “os militantes deixaram a porta de entrada do local limpo de sujeiras”, como classificou um deles após a ação.
A passeata foi encerrada, por volta das 13h, no Pátio de Nossa Senhora do Carmo, com agradecimentos e informes do presidente da Central de Pernambuco, Carlos Veras. “Parabenizamos todos (as) que estiveram presentes nesse ato público do Dia dos Trabalhadores (as). Vamos continuar firmes e fortes pela luta de nossos direitos, sempre’, declarou.
O SINTEEPE esteve presente através dos diretores Sérgio, Washington, Geraldo, Alex, Claudivan e Henrique (foto tirada na frente do Monumento Tortura Nunca Mais, local onde nos concentramos para o nosso ato, em comemoração do 1º de maio).
Dilma atendeu duas reivindicações, mas ainda faltam redução da jornada e fim do fator previdenciário
Os trabalhadores cobraram e a presidenta Dilma Rousseff atendeu parte da pauta que a CUT e as demais centrais sindicais levaram à 8ª Marcha da Classe Trabalhadora, no dia 9 de abril.
Durante pronunciamento em cadeia de rádio e TV na noite desta quarta-feira (30), Dilma anunciou a correção da tabela do imposto de renda (IR), que será de 4,5%, e a manutenção da política de valorização do salário mínimo, conforme cobravam as centrais.
Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, que participa da celebração do 1º de Maio da CUT-SP, no Vale do Anhangabaú, o anúncio foi “excepcional” e apontou a importância das medidas para o bolso dos trabalhadores.
“Quem paga imposto no Brasil é o trabalhador e a correção da tabela do IR impede que o “Leão” fique com os aumentos reais que conquistamos nas campanhas salariais e com o valor da PLR (Participação nos Lucros e Resultados”, afirmou.
Sobre a manutenção da política de valorização do mínimo, Vagner ressaltou que a postura da presidenta representa também um enfrentamento a uma corrente conservadora que defende o aumento do salário como estopim para a elevação da inflação.
“Há uma guerra hoje no Brasil encampada por políticos atrasados e candidatos financiados pelos bancos e pelos empresários em defesa dessa conquista da classe trabalhadora. E a Dilma disse que no governo dela a elevação do mínimo, como defendemos, continua”, ressaltou.
O dirigente alerta, porém, que a pressão das centrais continuará em defesa de outros dois pontos considerados prioritários pelos trabalhadores: a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário e o fim do fator previdenciário.
Ambos os pontos foram discutidos nessa terça-feria (29)com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN). Ficou definido que uma audiência na Comissão Geral do Trabalho da Casa discutir as reivindicações trabalhistas.
“A redução da jornada vai gerar mais empregos e permitir melhor a qualificação, porque vai sobrar mais tempo para o trabalhador estudar. Enquanto o fim do fator é essencial para corrigir uma injustiça, a queda da renda do trabalhador que se aposenta justamente no período em que mais precisa e após ter contribuído por anos coma construção do país.”
Questionado sobre a postura do governo na negociação no governo, Vagner disse que o Executivo entendo que o momento não é propício e rebateu a alegação de quem defende a necessidade da medida como mecanismo para não quebrar a Previdência.
“O governo diz que a mudança agora não seria uma boa sinalização para o Mercado, mas não concordamos. Essa é uma herança maldita do período FHC e por isso vamos fazer mobilização para mudar, porque quem quebra a Previdência não é o fim do fator e sim fazer desoneração sem contrapartida das empresas de não demitir. A rotatividade acaba por aumentar o custo do seguro-desemprego e isso sim impacta na Previdência”, defendeu.
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